José Gonçalves Cangussu (Jornalista profissional)
Quem apostou na morte do PT em decorrência dos fortes escândalos de corrupção em que se envolveram diversos membros de sua cúpula, inclusive o ex-presidente Lula, se enganou enormente. O povo se convenceu de que corrupção é normal, que faz parte da vida.
Até certo ponto, não erra quem assim pensa. Se a pessoa conseguir se desgarrar dos princípios éticos e morais que por acaso possua, estará situado exatamente nesse campo da desonestidade. E a pessoa aceitará perfeitamente que, mesmo em se encontrando na miséria, é justo que Lula vá morar na mansão recentemente adquirida na Bahia, ao som das ondas azuis e quentes do Oceano Atlântico. A miséria da péssima residência dessa pessoa, onde uma velha geladeira conserva apenas uns poucos artigos alimentícios e uma lata de cerveja barata, não a convencerá de que a mansão é apenas um dos muitos frutos de furto, de corrupção pesada.
Na região de Teófilo Otôni, o PT cresceu, vencendo as eleições em diversas prefeituras. A corrupção praticada pelos membros de todos os seus escalões não é diferente da levada a efeito pelos membros das outras legendas, mesmo porque os favores da legislação patrocinam o ócio do trabalho e incentivam a desonestidade. Na política, a corrupção é endêmica. Afinal, a legislação é criada pelos políticos… Então, vivam as contribuições fiscais dos cidadãos, que elas servem exatamente não para serem retornadas em benefícios da comunidade, mas para engordar as contas dos políticos e de seus saca-trapos, fiéis saca-buchas.
Que ninguém aposte na morte de um partido político. Quando desaparece, o faz estrategicamente, mudando apenas de nome ou se incorporando a outro. PSD e UDN ainda aí se encontram, disfarçados que estiveram em Arena e MDB, e vestindo hoje a fantasia de uma e outra das muitas e inúteis legendas políticas. Inúteis, claro, para a comunidade. Porque, para seus dirigentes, são interessantes e ricas fontes de renda. O PT, pelo menos, não mudou de nome. Continua vestindo a velha e vermelha camisa da desonestidade.
Nenhum partido pode posar de honesto. Nenhum, portanto, pode combater o desonesto PT. Aliada ao anestesiado cérebro do povo, esta é uma das muitas razões pelas quais a legenda ressurge, e com força, no Nordeste de Minas. “Habemus confitentem reum.” (“Temos réu confesso”, Cícero) (Foto: CUT Brasília/Reprodução)
